data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Gabriel Haesbaert (Diário)
Junho é o mês mais dedicado a doação de sangue, já que, em 14 de junho, o Dia Mundial de Doação de Sangue é promovido. Entretanto, o cenário das doações preocupa. Na comparação entre os cinco primeiros meses de 2019 e janeiro a maio de 2020, houve queda nas doações no Hemocentro Regional de Santa Maria. No ano passado, neste período, foram 3.745 doações. Já em 2020, o número foi de 3.465 doações de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES).
A queda pode não parecer expressiva em números, uma vez que a diferença é de 280 doações - redução de 8%. Entretanto, é necessário analisar outros pontos para ter a dimensão completa do cenário. A nível nacional, o Ministério da Saúde divulgou que as doações caíram 2,5% nos últimos quatro anos. O problema é maior porque a queda é acompanhada de um aumento de 4,8% na demanda por transfusões, segundo a pasta, no mesmo período.
Conforme o Ministério da Saúde, o Brasil opera com uma margem de segurança para atender com prontidão a aumentos bruscos da demanda ou quedas inesperadas das doações, como em casos de pandemias como a vivida com a Covid-19. Contudo, a redução desta distância entre uso e disponibilidade de sangue é considerado um alerta. Por exemplo, a queda entre abril e maio nos bancos de sangue brasileiros foi de 30%
INCENTIVO
A plataforma gratuita Hemotify, criada em Santa Maria, funciona como uma ponte entre doadores e hemocentros. Com extensão nacional, o Hemotify funciona como uma rede colaborativa. A movimentação dos usuários também permite ler o cenário das doações de sangue. Segundo um dos sócios, Fernando Berwanger, em 2019, a plataforma passou por mudanças que permitiram ao usuário solicitar doações.
- Isso nos mostra que a própria comunidade está se engajando mais em colaborar com a causa, e que acertamos em adotar esse modelo de crescimento baseado em colaboração, compartilhando a responsabilidade com a comunidade - explica.
Com a pandemia, o que foi observado foi um aumento nos pedidos em relação aos últimos meses de 2019.
- Antes da pandemia os pedidos feitos por usuários eram muito poucos. De dezembro a fevereiro tivemos a média de dois pedidos por semana aqui na cidade. De março até agora, subiu para um por dia - detalha.
O Hemotify deve, em breve, virar um aplicativo de celular. A ideia é que, por meio de notificações, doadores possam confirmar suas doações para poder metrificar a quantidade de pedidos e doações pela plataforma.
ADAPTAÇÃO
O próprio Hemocentro de Santa Maria se adaptou por causa da pandemia. Para doar agora, é pedido que seja agendado previamente. A intenção é que haja menos pessoas e se evite aglomerações no local. Quem quiser fazer uma doação precisa agendar pelos telefones (55) 3221-5192 ou (55) 3221-5262 de segunda a sexta, das 8h às 14h. Porém, doações espontâneas seguem sendo aceitas.
style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Gabriel Haesbaert (Diáiro)
Campanhas também auxiliam atualmente. Militares da 3ª Divisão do Exército (DE) passam pelo Hemocentro desde abril. Policiais militares também aderiram à ação. A campanha 'Doação de Sangue Brigadiano' também levou os agentes da segurança pública ao Hemocentro.
SEM MEDO
Como a principal recomendação para evitar o contágio é o distanciamento social, doar sangue pode causar apreensão. Mas o próprio Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde
(OMS), Tedros Adhanom
, garante a segurança no procedimento. Em seu Twitter, ele escreveu que, como a pandemia reduziu os suprimentos de sangue, é necessário seguir doando.
"Doar sangue durante a pandemia é seguro, desde que respeitados o distanciamento social e medidas de higiene" completou o doutor no tweet.
Many countries still lack universal access to blood transfusions and blood-related medicines.
- Tedros Adhanom Ghebreyesus (@DrTedros) June 14, 2020
The #COVID19 pandemic has further reduced the world's blood supply. https://t.co/fpgBBuxReY
REQUISITOS PARA DOAR SANGUE:
- Estar alimentado. Evite alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem a doação de sangue.
- Caso seja após o almoço, aguardar 2 horas
- Ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas.
- Pessoas com idade entre 60 e 69 anos só poderão doar sangue se já o tiverem feito antes dos 60 anos.
- A frequência máxima é de quatro doações de sangue anuais para o homem e de três doações de sangue anuais para as mulher
- O intervalo mínimo entre uma doação de sangue e outra é de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres
IMPEDITIVOS TEMPORÁRIOS:
- Ter viajado há menos de 30 dias ao exterior ou outros estados*
- Ter apresentado sintomas de Covid-19*
- Ter contado com alguém com sintomas de Covid-19*
- Gripe, resfriado e febre: aguardar 7 dias após o desaparecimento dos sintomas
- Período gestacional
- Período pós-gravidez: 90 dias para parto normal e 180 dias para cesariana
- Amamentação: até 12 meses após o parto;
- Ingestão de bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação
- Tatuagem e/ou piercing nos últimos 12 meses (piercing em cavidade oral ou região genital impedem a doação)
- Extração dentária: 72 horas;
- Apendicite, hérnia, amigdalectomia, varizes: 3 meses
- Colecistectomia, histerectomia, nefrectomia, redução de fraturas, politraumatismos sem seqüelas graves, tireoidectomia, colectomia: 6 meses
- Transfusão de sangue: 1 ano
- Vacinação: o tempo de impedimento varia de acordo com o tipo de vacina
- Exames/procedimentos com utilização de endoscópio nos últimos 6 meses
- Ter sido exposto a situações de risco acrescido para infecções sexualmente transmissíveis (aguardar 12 meses após a exposição)
*Condições específicas durante a pandemia de coronavírus. Orientação é aguardar 30 dias após viagens ou contato com pacientes suspeitos
IMPEDITIVOS DEFINITIVOS:
- Ter passado por um quadro de hepatite após os 11 anos de idade;
- Evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças transmissíveis pelo sangue: Hepatites B e C, AIDS (vírus HIV), doenças associadas aos vírus HTLV I e II e Doença de Chagas
- Uso de drogas ilícitas injetáveis
- Malária
*Colaborou Leonardo Catto